Incrível..
Hoje me lembrei de um texto que li uma vez há muitos anos atrás, de um livro emprestado de um amigo (e "chefe") querido Milton...
...O texto falava sobre a gratidão...
Fui procurar na internet algumas palavras que lembrava do texto e o achei, não só na íntegra, como o livro inteirinho. O livro é o "Pequeno Tratado das Grandes Virtudes" que, como qualquer outro de filosofia, exige certo apreço pelo tema, mas pode ser compreendido de forma muito clara se de fato a proposta de "pensar sobre/ filosofar" for aceita pelo leitor. É do filósofo francês André Comte Sponville (que para minha surpresa, fui pesquisar e descobri que faz aniversário hoje 12/03)... Tal coincidência me faz agora compartilhar o trecho que causou toda essa busca e que levo comigo enraizado para toda a vida.
Gratidão ou inquietude. A alegria do que é ou foi, contra a angústia do que poderia vir a ser. “A vida do insensato”, dizia Epicuro, “é ingrata e inquieta: ela se volta toda para o futuro.” Por isso eles vivem em vão, incapazes de se saciarem, de se satisfazerem, de serem felizes: eles não vivem, dispõem-se a viver, como dizia Sêneca, esperam viver, como dizia Pascal, depois lamentam o que viveram ou, mais freqüentemente, o que não viveram… O passado como o futuro lhes falta. Já o sábio regozija-se com viver, claro, mas também com ter vivido. A gratidão (charis) é essa alegria da memória, esse amor do passado – não o sofrimento do que não é mais, nem o pesar pelo que não foi, mas a lembrança alegre do que foi...
Aproveito o momento para agradecer à Deus a minha vida, o meu viver, meu corpo, minha mente, os meus amores, a minha família, meu amigos, meu trabalho, e por que não agradecer também ao amigo que me presenteou com essa leitura tão significativa.
Obrigada, obrigada.